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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Atividades para alfabetização..

  www.atividadeseducativa.com.br

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Musicas Infantil

Musicas Infantil

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Projeto de incentivo à leitura"Mala Mágica".

Projeto Mala mágica - um incentivo à leitura de forma divertida

Além de estimular para a alfabetização e criar o hábito e o gosto pela boa leitura o projeto desenvolveu a linguagem oral das crianças ampliando seu vocabulário,entrosou a classe que aprendeu a trabalhar em grupo, produziu trabalhos artístico desenvolvendo a capacidade criadora, culminando num sucesso absoluto que ampliou o conhecimento do mundo das crianças que ainda aprenderam a confrontar realidade e fantasia.
Denominado “Mala Mágica” o projeto constituiu-se basicamente em a cada final de semana a mala ir para a casa de um aluno, juntamente com um livro de literatura. Ao retornar à escola, o aluno deveria levar para a sala de aula a mala e dentro dela a fantasia do personagem principal da história e o registro dos momentos mais importantes desta construção. O que uniu os responsáveis ao projeto engajando-os no mesmo.
“ Cada vez que a criança ouve histórias de faz-de-conta, dá vazão às próprias emoções e pode ensaiar diversos papéis, pois a linguagem simbólica, não verbal dos “Contos de fadas”, comunica-se diretamente com o imaginário da criança, fazendo-a perceber que os problemas existem, mas que eles devem ser enfrentados e podem ser sempre solucionados.”
Através da fantasia a criança compensa as pressões de sua vida e por serem otimistas e transmitirem uma mensagem de felicidade e realização, se aproximam da realidade das mesmas. As histórias educam e estimulam o desenvolvimento da atenção, da imaginação, observação, memória, reflexão e linguagem.
Um baile com todos fantasiados foi realizado no final do semestre de intenso trabalho.
Para a prática da Literatura Infantil não existem receitas prontas, o que deve existir é o conhecimento e o gosto do professor aliado a um espírito criativo, pois cada professor é conhecedor de sua realidade e por isso mesmo, deverá procurar melhores meios para desenvolver a sensibilidade literária.
Muitos adultos não gostam de ler, porque não foi desenvolvido neles o hábito e o prazer pela leitura, daí a importância da mesma ser vista como fonte de fruição e prazer. O trabalho com a literatura, o brincar de faz-de-conta é necessário porque imitar diferentes situações permite-nos construir nossa história de vida e outras pequenas histórias, além de participar de atividades de curta duração que envolve tanto o coletivo, com momentos de negociações e limites, permitindo-lhe, assim, maior descontração e autonomia.
Enfim, o professor com sua criatividade, inteligência e imaginação saberá dar toques de entusiasmo às histórias, penetrando no mundo da fantasia que as crianças possuem, já que ele é considerado o marco inicial da personalidade da Educação Infantil. Este deve procurar desenvolver seu trabalho com atividades que a partir de leituras do mundo, coloquem os educandos em contato com a leitura e a escrita, favorecendo condições ideais para a alfabetização.

Autora do projeto: Monique Corrêa Saliba
Fonte: Paty Fontes - Projetos Pedagógicos Dinâm

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Conhecimentos e Capacidades envolvidos no processo de Alfabetização e Letramento.

CONHECIMENTOS E CAPACIDADES ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.


O desenvolvimento das habilidades lingüísticas e comunicativas de ler e escrever, falar e ouvir com compreensão, não acontecem espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente no Ensino Fundamental, sobretudo, nos anos iniciais.

Os conhecimentos e as capacidades envolvidos na aquisição da língua escrita na fase inicial de alfabetização estão organizados em torno dos seguintes eixos2:


I. COMPREENSÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA ESCRITA

Uma parte significativa das crianças brasileiras que vivem sob condições econômicas desfavoráveis,sobretudo, as que estão nas escolas públicas, tem pouco acesso a práticas sociais de leitura e escrita,desconhecendo muitas de suas manifestações e utilidades Nesta direção, faz-se necessário que a escola, pela mediação do/a professor/a, proporcione a eles/as condições para:

• Conhecer, utilizar e valorizar os modos de manifestação e circulação da escrita na
sociedade.

• Conhecer os usos e funções da escrita..

• Desenvolver as capacidades necessárias para o uso da escrita.

• Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar.

II.APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA
Exemplos de Atividades Pedagógicas

* Visitas a diferentes espaços de circulação do texto escrito, como bancas de jornal,bibliotecas, livrarias.
* Audição de textos de gêneros variados como histórias, notícias, cartas,propagandas em diferentes suportes, como livros revistas, jornais, papel de carta.
* Entrevistas com jornaleiros, bibliotecários, escritores.
* Atividades de manuseio e exploração de suportes e materiais de escrita que possibilitem o/a alfabetizando/a aprender a lidar com o livro didático, com o livro de histórias, com as revistas,com jornais e suplementos infantis.
* Atividades que envolvam a aprendizagem do uso do caderno, do lápis, da borracha, da régua, etc.

I. Compreensão e valorização da cultura escrita.
II. Apropriação do sistema de escrita
III. Leitura
IV. Produção de textos
V. Desenvolvimento da oralidade.

Exemplos de Atividades Pedagógicas:

* Exploração de sílabas, rimas, terminações semelhantes de palavras em jogos, desafios e parlendas.
* Identificação de fonema / grafema em um conjunto de palavras.
* Decomposição e composição de palavras em sílabas.
* Identificação e comparação da quantidade, da variação e da posição das letras de determinadas palavras: bingo, textos com lacunas, colocação de palavras em ordem alfabética,confronto entre a escrita produzida pelo/a alfabetizando/a e a escrita padrão.
*Exercícios que explorem as diferenças entre a escrita alfabética e outras formas gráficas,como, por exemplo, comparação entre desenhos, números, sinais matemáticos.
* Atividades que levem o/a alfabetizando/a a perceber que, em Língua Portuguesa, se escreve da esquerda para a direita, de cima para baixo.
* Atividades de exploração da segmentação dos espaços em branco e da pontuação de final de frases.
* Leitura em voz, apontando cada palavra lida, os espaços entre as palavras e os sinais de pontuação das frases.
* Exercícios de identificação de letras e de reconhecimento da ordem alfabética como bingo,forca, consulta à lista telefônica e ao dicionário.
* Atividades como observação, discussão de regras, jogos ortográficos, palavras cruzadas,charadas, caça-palavras, correção orientada de textos.
* Expor na sala de aula todas as letras do alfabeto, para que os/as alfabetizandos/as, sempre que for necessário, tenham um modelo para consultar.
Espero que tenha ajudado.
Fonte(s):
Este texto foi originalmente publicado no livro Letramento, um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Editora Autêntica, 1998. http://w3.ufsm.br/regina/O_que_%20letram…
http://www.smec.salvador.ba.gov.br/docum…

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

COMPREENSÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA ESCRITA

COMPREENSÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA ESCRITA
Nesta seção são focalizados alguns fatores e condições necessários à integração dos alunos no mundo letrado. Trata-se do processo de letramento, que deve ter orientação sistemática, com vista à compreensão e apropriação da cultura escrita pelos alunos. Indicam-se aqui conhecimentos gerais e capacidades a serem adquiridos e sugerem-se, rapidamente, procedimentos pedagógicos que podem ser adotados para a realização desses objetivos.

Como já foi dito na Introdução, ressalta-se que o trabalho voltado para o letramento não deve ser feito separado do trabalho específico de alfabetização. É preciso investir nos dois ao mesmo tempo, porque os conhecimentos e capacidades adquiridos pelos alunos numa área contribuem para o seu desenvolvimento na outra área.

Buscando a visualização disso é que foi feita a gradação dos tons de cinza do quadro
1. O conhecimento e a valorização da circulação, dos usos e das funções da língua escrita na sociedade são capacidades que devem ser trabalhadas, com vista à consolidação, nos três anos do ciclo, ainda que isso se faça com estratégias didáticas diferenciadas a cada ano. Já as capacidades necessárias para o uso dos materiais de leitura e escrita especificamente escolares devem ser tratadas sistematicamente e consolidadas logo na chegada das crianças e mantidas, retomadas, sempre que necessário, até a fase II.
Quadro 1
Compreensão e valorização da cultura escrita
Conhecimentos e capacidades a serem atingidos ao longo do
Ciclo Inicial de Alfabetização

Conhecer e utilizar modos de manifestação e circulação da escrita na sociedade

A cultura escrita diz respeito às ações, valores, procedimentos e instrumentos que constituem o mundo letrado. A compreensão da cultura escrita, pelos alunos, vem de um processo de integração no ambiente letrado, seja através da vivência numa sociedade que faz uso generalizado da escrita, seja através da apropriação de conhecimentos da cultura escrita especificamente trabalhados da escola. Esse processo possibilita aos alunos compreenderem os usos sociais da escrita e, pedagogicamente, pode gerar práticas e necessidades de leitura e escrita que darão significado às aprendizagens escolares e aos momentos de sistematização propostos pelo professor.

Na nossa civilização, todo cidadão, qualquer que seja seu grau de escolaridade ou sua posição social, está, de algum modo, inserido numa cultura letrada: tem documentos escritos, realiza, bem ou mal, práticas que dependem da escrita (ex.: tomar ônibus, pagar contas, etc.). Entretanto, é sempre possível alargar as possibilidades de integração e participação ativa na cultura escrita, pela ampliação da convivência e do conhecimento da língua escrita. Estar ativamente inserido na cultura escrita significa ter comportamentos letrados, atitudes e disposições frente ao mundo da escrita (como o gosto pela leitura), saberes específicos relacionados à leitura e à escrita que possibilitam usufruir de seus benefícios. A compreensão do funcionamento da escrita e a inserção nas práticas do mundo letrado incluem as capacidades de ler e escrever autonomamente (que são a meta central da alfabetização), mas não dependem exclusivamente dessas capacidades. Ao contrário, a inserção, maior ou menor, dos alunos na cultura escrita pode ser apontada como um fator importante para o sucesso ou o fracasso desses alunos na alfabetização. A compreensão geral do mundo da escrita é tanto um fator que favorece o progresso da alfabetização dos alunos como, uma conseqüência da aprendizagem da língua escrita na escola. Por isso é um dos eixos a serem trabalhados desde os primeiros momentos do percurso de alfabetização. Isso significa promover simultaneamente a alfabetização e o letramento.
A maioria das crianças brasileiras - sobretudo as que são atendidas pelas redes públicas de ensino - em sua experiência pré- e extra-escolar, tem acesso restrito à escrita, desconhece muitas de suas manifestações e utilidades. Por isso é importante que a escola, pela mediação do professor, proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes de textos escritos e lhes possibilite vivência e conhecimento:
• dos espaços de circulação dos textos (no meio doméstico,
urbano e escolar, entre outros) Gêneros de texto são as diferentes "espécies" de texto, escritos ou falados, que circulam na sociedade e que são reconhecidos com facilidade pelas pessoas. Por exemplo: carta, bilhete, romance, poema, sermão, conversa de telefone, contrato de aluguel, notícia de jornal, piada, reportagem, letra de música, regulamento, etc.
• dos espaços institucionais de manutenção, preservação, distribuição e venda de material escrito (bibliotecas, livrarias, bancas, etc.)
• das formas de aquisição e acesso aos textos (compra, empréstimo e troca de livros, revistas, cadernos de receita, etc.)
• dos diversos suportes da escrita (cartazes, out-doors, livros, revistas, folhetos publicitários, murais escolares, livros escolares, etc.)
• dos instrumentos e tecnologias utilizados para o registro escrito (lápis, caneta, cadernos, máquinas de escrever, computadores, etc.)
Conhecer os usos e funções sociais da escrita

Vivemos num tipo de sociedade que costuma ser chamada de "grafocêntrica", porque nossa vida social se organiza em torno da escrita. No dia-a-dia dos cidadãos, as práticas de leitura e escrita estão presentes em todos os espaços, a todo momento, cumprindo diferentes funções. Há escritas públicas que funcionam como documentos (o dinheiro, o cheque, as contas a pagar, o vale-transporte, a carteira de identidade), outras que servem como formas de divulgação de informações (o letreiro dos ônibus, os rótulos dos produtos, as embalagens de defensivos agrícolas, os avisos, as bulas de remédio, os manuais de instrução), outras permitem o registro de compromissos assumidos entre as pessoas (os contratos, o caderno de fiado), outras viabilizam a comunicação à distância (nos jornais, nas revistas, na televisão), outras regulam a convivência social (as leis, os regimentos, as propostas curriculares oficiais); outras, ainda, possibilitam a preservação e a socialização da ciência, da filosofia, da religião, dos bens culturais (nos livros, nas enciclopédicas, na Bíblia). Por outro lado, as práticas pessoais e interpessoais de leitura e escrita nos possibilitam organizar o cotidiano, nos entender, registrar e rememorar vivências (agendas, listas de compras, diários, cadernos de receita), bem como incrementar as trocas, a comunicação, a convivência, enfim (bilhetes, cartas de amor, e-mails).

Ter clareza quanto à diversidade de usos e funções da escrita e às incontáveis possibilidades que ela abre é importante tanto do ponto de vista conceitual e procedimental, para que o aluno seja capaz de fazer escolhas adequadas, ao participar das práticas sociais de leitura-escrita, quanto também do ponto de vista atitudinal, porque o interesse e a própria disposição positiva para o aprendizado tendem a se acentuar com a compreensão da utilidade e relevância daquilo que se aprende.

Trabalhar os conhecimentos e capacidades envolvidos na compreensão dos usos e funções sociais da escrita, implica, em primeiro lugar, trazer para a sala de aula e disponibilizar para observação e manuseio pelos alunos, muitos textos, pertencentes a gêneros diversificados, presentes em diferentes suportes. Mas implica também, ao lado disso, orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, possibilitando a ele deduções e descobertas, explicitando informações desconhecidas.

Especificamente, o professor pode desenvolver atividades que possibilitem aos alunos:
• reconhecer e classificar, pelo formato, diversos suportes da escrita, tais como livros, revistas, jornais, folhetos
• identificar as finalidades e funções da leitura de alguns textos a partir do exame de seus suportes
• relacionar o suporte às possibilidades de significação do texto
Conhecer os usos da escrita na cultura escolar

Entre os suportes e instrumentos de escrita do cotidiano escolar nos dias de hoje podemos listar, por exemplo, livro didático, livros de histórias, caderno, bloco de escrever, papel ofício, cartaz, lápis, borracha, computador. Conhecer esses objetos de escrita significa saber para que servem e como são usados, identificando suas particularidades físicas (tamanho, formato, disposição e organização do texto escrito, tipo usual de letra, recursos de formatação do texto, interação entre a linguagem verbal e as linguagens visuais utilizadas com mais freqüência, etc.).

Muitas crianças chegam à escola sem ter tido oportunidade de conviver e se familiarizar com os meios sociais de circulação da escrita. Nessas condições, não é de surpreender que essas crianças façam hipóteses inusitadas sobre a natureza, as funções e o uso desses materiais, inclusive daqueles que são indispensáveis ao dia-a-dia na escola. No entanto, saber usar os suportes e instrumentos de escrita presentes na cultura escolar é um conhecimento que se articula com outros saberes sobre a cultura escrita, as funções e usos sociais da escrita as convenções gráficas, o uso dos diferentes tipos de letra , e constitui um fator importante de favorecimento da aprendizagem da língua escrita.
Por isso é necessário tratar explicitamente dessa questão na sala de aula. Esse é um dos conhecimentos dos quais as crianças precisam se apropriar logo no início do processo de alfabetização, em face de sua importância fundamental para a trajetória escolar do aluno. Quanto a cultura escrita,
funções e usos da escrita :
ver verbetes anteriores.
cultura escrita,
funções e usos da escrita
Quanto a convenções
gráficas e diferentes tipos
de letras: ver seção 2.
Fora da escola, esse saber é adquirido, em geral, quando as crianças têm acesso aos diversos suportes de escrita e participam de práticas de leitura e de escrita dos adultos. É por meio do uso que elas apreendem a finalidade de objetos de escrita presentes em diferentes contextos sociais e a maneira adequada de lidar com eles. Assim, na escola, esse conhecimento deve tornar-se um dos objetivos do processo inicial de ensino-aprendizagem da língua escrita, envolvendo uma abordagem didática, com apresentação, observação e exploração dos suportes e instrumentos escolares de escrita e de suas características materiais. Com isso, pretende-se propiciar aos alunos o desenvolvimento de capacidades cognitivas e procedimentais necessárias ao uso adequado desses objetos.

Algumas perguntas podem sugerir exemplos de atividades e possibilidades de exploração sistemática, em sala de aula, das especificidades dos suportes e instrumentos de escrita usuais na escola:
• nos livros e nos cadernos, como se faz a seqüenciação do texto nas páginas (frente e verso, página da esquerda e página da direita, numeração)?
• como se dispõe o escrito na página (margens, parágrafos, espaçamento entre as partes, títulos, cabeçalhos)?
• como se relacionam o escrito e as ilustrações?
• como se sabe o nome de um livro e quem o escreveu? qual a sua editora e sua data de publicação?
• como se faz para localizar, no livro didático ou no livro de histórias, uma informação desejada? como se consulta o índice, o sumário?
• como a seqüenciação do texto, sua disposição na página, sua relação com as imagens e ilustrações funcionam no computador?
• qual a melhor maneira de dispor um texto num cartaz? Que tipo de letra e que recursos gráficos deve-se usar (lápis de escrever, lápis de cor, caneta hidrográfica, tinta guache)?
• como se lê uma história em quadrinho

Desenvolver as capacidades necessárias para o uso da escrita no contexto escolar:
(I) Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar

Saber manusear os livros (didáticos e de literatura infantil) , usar de maneira adequada os cadernos, saber segurar e manipular o lápis de escrever, os lápis de colorir, a borracha, a régua, o apontador, a caneta, sentar corretamente na carteira para ler e escrever, cuidar dos materiais escolares, lidar com a tela, o mouse e o teclado do computador são algumas das aprendizagens que os alunos precisam desenvolver logo que entram na escola. Esses conhecimentos e capacidades são requisitados nas diversas práticas cotidianas de leitura e
de escrita, dentro da escola e fora dela. Por isso, esse é um tópico da aprendizagem da língua escrita necessário tanto para que os alunos possam obter sucesso ao longo da vida escolar quanto para que eles possam participar plenamente da vida social extra-escolar.

Por exemplo, o professor pode discutir com os alunos como usar os cadernos e cuidar deles, mostrando a eles um caderno: passando suas folhas, falando sobre as "orelhas de burro", explicando como elas se formam, mostrando o que pode acontecer quando se põe mais força no lápis do que o necessário para se escrever na folha do caderno, apontando e marcando as linhas da folha que servem de referência para escrever no caderno, etc. Nesses momentos, o que ele estará tomando como foco para observação e análise junto com os alunos é o instrumento de escrita caderno e suas especificidades materiais, que definem a maneira de usar esse material escolar de escrita. Tudo isso voltará a ser o foco da atenção dos alunos quando eles forem utilizar, de fato, esse instrumento, escrevendo em sala de aula.

(II) Desenvolver capacidades específicas para escrever

Escrever envolve trabalho cognitivo, raciocínio deliberado, todos sabemos. Mas o ato de escrever é, também, uma atividade motora, seja traçando letras na superfície de um papel, seja digitando num teclado de computador. As atividades motoras, precisam ser aprendidas e, na maioria das vezes, treinadas. O uso do material escolar de escrita: lápis, caneta, borracha, corretivo, régua, teclado de computador, inclui, além das capacidades cognitivas, uma habilidade motora específica, que exige conhecimento e treinamento.

A aquisição dessa habilidade específica ultrapassa os limites da mera destreza motora quando é associada ao conhecimento da cultura escrita. Uma das mais importantes funções da escrita é possibilitar a comunicação entre pessoas distantes ou em situações em que não é possível falar. O que se escreve é para ser lido pelos outros ou por nós mesmos, algum tempo depois. Se os alunos compreenderem isso, vai fazer mais sentido para eles.
esforçarem-se para conseguir uma caligrafia legível e com boa apresentação estética, como também empenharem-se na organização adequada da escrita nos cadernos, nos cartazes, nos murais, enfim, nos diversos textos que produzirem (etiquetas, agendas, listas, histórias, poemas, cartas, etc). Esse tópico é retomado no verbete "Conhecer e utilizar diferentes tipos de letra (de fôrma e cursiva)".

Para casa!!Uma violência Consentida?

TAREFA PARA CASA: UMA VIOLÊNCIA CONSENTIDA?

Martha Guanaes Nogueira

Sabemos que o Para Casa não é compreendido da mesma forma por todos, mas muitos educadores justificam esta prática para: fixar o que foi visto em aula, complementar a aprendizagem, desenvolver no aluno o senso de responsabilidade e o hábito de estudo, garantir o vínculo da família com a escola, possibilitar o acompanhamento do desenvolvimento escolar dos filhos pelos pais, atender às solicitações dos pais que exigem a lição de casa ou para que a escola se firme como competente perante a comunidade, etc.
Mesmo dentre aqueles que comungam os mesmos objetivos, poderemos identificar variação quanto à quantidade, freqüência e tipos de tarefas para os alunos fazerem.
Muitos alunos afirmam realizar estas tarefas de forma mecânica, por obrigação ou necessidade, apenas para cumprir uma exigência escolar, como atividade sem significado.
Os alunos sempre acham que os professores exageram na quantidade de deveres para casa, já os pais acham que os alunos trazem poucas tarefas para casa. Muitas vezes o aluno sofre castigo por não ter realizado a tarefa de casa assim como ela, muitas vezes, ainda é dada como castigo por razões indisciplinares em sala de aula.
Klingberg (1972) adverte que a tarefa de casa não é um depósito didático no qual se “descarrega” tudo, inclusive os conflitos de aprendizagem, transferindo para a família, a responsabilidade pelo que não pôde ser feito em aula.
A polêmica existe há tempos e origina-se na concepção que se tem sobre o ensinar e o aprender.

A influência das diferentes concepções

Aqueles que acham que a transferência do conhecimento pelo professor para o aluno e a repetição dos exercícios é o que garante a aprendizagem, exigirão muitos trabalhos de casa. Para estes, o que importa é a quantidade de exercícios a repetir, para melhor absorver os conteúdos.
Mas para aqueles que consideram a aprendizagem como um processo de constituição individual de conceitos e idéias sociais, na qual a maneira de pensar do aluno, seu conhecimento prévio sobre o mundo e suas hipóteses a respeito dos diferentes assuntos são fundamentais, a quantidade de trabalho de casa não tem importância. Fundamental é a qualidade e a diversidade das atividades oferecidas, além da possibilidade de o aluno realizar a tarefa sozinho, envolvido e estimulado pelo desafio.
O educador precisa ter claro seu objetivo e quais os caminhos para alcançá-lo; o primeiro passo é ter domínio efetivo do que significa ensinar e aprender.

Unidade didática

Em princípio o Para Casa persegue os mesmos objetivos didáticos da aula: a diferença consiste em que por meio das tarefas os alunos chegam a uma maior independência.
Daí se deduz que existe uma unidade didática formada pela aula (hora de aula) e a tarefa Para Casa. Essa unidade didática está presente nos seguintes momentos:

1º - No trabalho com os alunos durante a aula, para a aquisição do conhecimento.
Aqui fica claro que o aluno necessita estar de posse do conhecimento para realizar sua tarefa de casa com autonomia. Ele necessita valer-se de toda aprendizagem da aula para solucionar seu Para Casa.

2º- Na formulação das tarefas de casa dentro do horário escolar. Este é o momento da divulgação da tarefa acompanhada de toda explicação necessária à sua realização. O professor precisa ter certeza de que a proposta foi entendida por todos os alunos e que eles têm condições de realizá-la.

3º- Na inclusão das tarefas no desenvolvimento posterior do processo de ensino. O professor deve incorporar os resultados da tarefa de casa no processamento da aula: seja procedendo o controle da realização das lições, seja socializando as contribuições trazidas pelos alunos durante a execução ou incluindo as próprias experiências dos alunos no desenvolvimento da aula.

Funções da tarefa de casa

As tarefas de casa têm as seguintes funções:

 Função Pedagógica: une a aula ao trabalho extra docente;
Dentro desta, a tarefa de casa pode ser:
Preparatória: refere-se às tarefas prévias que o aluno pode realizar em casa, tendo em vista “introduzir ou preparar determinados processos didáticos”. Alguns exemplos: observar o tempo, o pôr-do-sol, sua própria sombra à luz do sol, como fica a natureza após a chuva, o que acontece com o gelo quando é colocado na geladeira ou à sombra de uma árvore, ou ao sol, fazer uma leitura prévia, assistir a um programa de TV, entre outros.
Aprimoramento: refere-se às tarefas que destinam-se a dar continuidade ao processo de aprendizagem, ajudar na memorização dos conhecimentos julgados básicos e no exercício das capacidades e hábitos.
Aprofundamento: refere-se às tarefas cujo tema já foi trabalhado em aula, visando aprofundar os conhecimentos. Alguns exemplos: observar diferenças e semelhanças entre os animais, visitar um museu, realizar uma entrevista com um profissional, fazer exercícios por escrito, ler um livro, coletar material.

 Função social e comunicativa: aproxima a escola do lar. Mediante a tarefa os pais se familiarizam com as exigências docentes da escola e se previnem dos aspectos frágeis de seus filhos; os professores tomam conhecimento da rotina diária de seus alunos, em turno oposto ao da aula, na medida em que dosam as tarefas de casa em razão do trabalho extra que os alunos realizam, seja junto à família ou não.

 Função diagnóstica: evidencia as dificuldades apresentadas pelos alunos, seja dos conteúdos a dominar, seja das habilidades a desenvolver, seja de hábitos e atitudes a formar.

 Função de ajuste: mostra ao professor não só os pontos frágeis de seus alunos, mas também determinadas deficiências na estruturação de sua aula.

 Função propulsora: impulsiona a aprendizagem por meio dos exercícios além de estimular a aplicação dos conhecimentos adquiridos e das capacidades e habilidades desenvolvidas.

O fracasso na realização da tarefa de casa, se freqüente, desanimará o aluno, que terá crescente dificuldade em se empenhar e se debruçar sobre ela. Em contrapartida, a satisfação de ter dado conta, vencido o desafio da tarefa de casa, tenderá a animá-lo.

Sempre que possível, cabe ao professor avaliar os diferentes graus de desenvolvimento dentro da classe e tomar cuidado para que a auto-estima dos que não conseguem cumprir os deveres de casa, não fique prejudicada. Numa situação ideal, cada um deveria fazer uma lição adequada ao seu ritmo de aprendizagem e à sua condição familiar, mas há formas mais realistas de equilibrar as diferenças típicas de uma turma heterogênea. Por exemplo, dividindo-a em grupos e criando tarefas diferenciadas, especialmente nas primeiras séries, quando esses desníveis são maiores.
A tarefa de casa precisa estar a serviço do aluno e não contra ele. É preciso que o professor a veja como parte do processo ensino-aprendizagem e como extensão da aula, enriquecendo-a; a tarefa de casa é um recurso a mais para a aprendizagem e jamais um fim em si mesma.
Se a escola obriga o aluno a fazer a tarefa de casa, ela se obriga também a dar tarefas que ele possa realizar sem contar com a ajuda de outrem.
A realização do dever de casa é um termômetro da relação que o estudante tem com a turma, com o conhecimento e com o professor.
Se o aluno não cumpre sua “obrigação” para com a escola, o caminho a seguir é: saber por que ele não fez a lição; sanar em sala de aula as dúvidas; explicar novamente com novas estratégias, de modo diferente; dar exercícios em aula, corrigi-los..só então passar exercícios similares aos já dados, para o aluno resolver em casa.

Correção da tarefa

Para ser assegurada a Unidade Didática, a lição de casa deve ser pensada desde o planejamento da aula quanto a seus objetivos, conteúdo e estratégias de correção.
O Professor ao corrigir as tarefas executadas, poderá realizar um diagnóstico das dificuldades apresentadas pelos alunos, assim como poderá reconhecer alguma deficiência na estruturação ou condução de sua aula anterior.
Mais do que o resultado apresentado, tipo certo ou errado, interessa o processo utilizado pelo aluno para chegar à sua conclusão ou ao produto final.
A troca de informações entre eles, sobre os procedimentos adotados para chegar às suas conclusões, poderá contribuir para o processo de aprendizagem de todos.
Luciana Sedano de Souza, professora da Escola de Aplicação da USP, sugere as seguintes estratégias para a correção da tarefa:
 Em duplas
Selecione as duplas ou deixe os estudantes escolherem o parceiro. Evite pôr um muito avançado com outro com dificuldades. Eles devem trocar impressões sobre as estratégias utilizadas — isso faz ver que há várias soluções possíveis. Depois você pode corrigir dupla por dupla ou dar uma explicação coletiva.

 Em grupo
O ideal é montar grupos pequenos de estudantes. Libere-os para discutir todas as estratégias utilizadas. Depois faça a correção no quadro, sempre incentivando os comentários — assim eles criam o hábito de defender sua estratégia.

 Coletiva
Escreva o exercício no quadro e corrija com a turma. Peça que todos relatem as estratégias usadas — isso dá autonomia na correção dos trabalhos e mostra a importância de respeitar os colegas.

 Individual
Os especialistas dizem que essa é a forma menos adequada de trabalhar. Se precisar lançar mão dela, faça comentários, observações e novas perguntas para instigar os alunos a avançar para outros tópicos. Se não puder dar retorno, é melhor não propor lição nenhuma.

Conclusão
A tarefa de casa é um momento de estudo e assim deve ser encarada. Em hipótese alguma ela deve ser usada como castigo ou vingança do professor contra os alunos.
As crianças estão brincando menos e as obrigações com a tarefa de casa têm contribuído para isso. Tal constatação precisa ser considerada por todos os educadores, incluindo os pais, e especificamente os professores, ao trabalhar a tarefa de casa.
Uma solução seria a escola programar, planejar a tarefa de casa: dosagem, escalonamento, periodicidade.
Cada escola poderia reunir-se com os pais e, juntos, numa parceria educativa, planejar a tarefa de casa para cada semestre ou ano: freqüência, quantidade, responsabilidades da escola, dos alunos e dos pais, dificuldades, entre outros quesitos.
Portanto, a tarefa de casa precisa ser objeto de planejamento pela escola. Cada escola elaboraria suas diretrizes, deliberando sobre periodicidade, quantidade, critérios de correção e avaliação, usos e outras propostas sugeridas pela comunidade escolar.
Fica a sugestão.
É preciso que a tarefa de casa seja prazerosa e momento significativo para o aluno, jamais uma violência. Isto é possível e necessário.
Fica o desafio para os educadores.

Nós da Escola Ano 2 – n.º 20
 
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